Saturday, December 2, 2006

Passos na escada

Eu já ouço os passos na escada, quero acreditar que é você. O portão gemendo se fecha, será que és tu? eu criei um novo mundo uma nova realidade e a inclui em ti. Não quero mais acreditar na minha vida sem a sua presença, quero viver em você como no candonblé onde os guias se apoderam de seus cavalos eu quero as nossas vidas se apoderando uma da outra.

Essa solidão me encanta, alimento a dor e compartilho com as paredes esse sentimento. Pra mim não importa mais se irás voltar o que mais desejo hoje é que essa lembrança fique aqui por mais tempo, tão longo quanto o possível.

Me reclino e olho para céu tentando encontrar novamente aquelas imagens aquelas fotos que estão aqui guardadas em algum lugar na minha mente. Não temos músicas - não houve tempo pra isso - não temos recordações de grandes momentos nem lugares inesquecíveis somente o seu rosto, isso é o que me resta, a sua pele macia os contornos e linhas do seu corpo, lembro-me de cada centímetro de cada medida.

O mais gostoso e agradável é me lembrar daquilo que não existiu, ou daquilo que pensei ter sido algo, o seu queixo se mexendo pra cima e pra baixo em movimentos discretos com os olhos levemente abaixados mirando o chão e o seu nariz suavemente tocando as maçãs da minha face seguido de um sussurrado suspiro, e na minha não tão criativa imaginação somente indagações sem resposta. O que isso quer dizer? será que estou incluído?

Tudo passou tão rápido foi como um relâmpago cruzando o céu a sensação de estar nos teus seios e acreditar que aquele momento era único, deveria te-lo racionalizado prolongando mais os seus minutos fazendo o meu tempo entre cada gesto, considerei o inconsiderável criei o inacreditável me perdi onde conhecia inigualavelmente. Não é fácil. Eu já deveria ter aprendido deveria ter guardado os segredos dessa armadilha.

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